domingo, 12 de fevereiro de 2012

Bhakti Yoga: Em Busca de um Amor Perdido

“O cervo almiscareiro é citado na poesia e filosofia sânscrita devido ao seu comportamento peculiar. Valorizado pela indústria de perfumes pelo seu aroma excepcional, o almíscar é um dos produtos naturais mais caros do mundo, chegando a valer mais de três vezes o valor do peso do ouro.

O aroma do almíscar é tão sedutor que o nariz sensível do cervo, ao senti-lo no vento, faz com que ele ronde pela floresta dia e noite em busca da sua origem. O cervo se esgota em uma busca infrutífera, sem nunca perceber a ironia amarga: a fragrância doce que persegue não está em nenhum outro lugar, exceto dentro de si. O almíscar é produzido por uma glândula no próprio umbigo do cervo: ele procura incansavelmente por algo que sempre esteve dentro dele.

Os sábios da Índia observaram no cervo almiscareiro uma descrição apropriada da condição humana. Todos nós somos criaturas vagando em busca de prazer dentro de alguma floresta – repleta de prazeres e riscos. Além disso, temos a tendência ao mesmo tipo de loucura do cervo: buscamos uma felicidade externa.

Confundimos nossas verdadeiras necessidades associando erroneamente nossa realização e autoestima a posses, posições e estímulos mentais e sensuais. Muitas vezes somos atraídos por relacionamentos superficiais, que mantêm a promessa de satisfação duradoura, mas nos fazem sentir vazios, sendo que o verdadeiro tesouro reside internamente.

Esse é o tema subjacente das músicas que cantamos, dos programas que assistimos e dos livros que lemos. Está nos Salmos da Bíblia, nas baladas dos Beatles e praticamente em todos os filmes de Bollywood já produzidos. O que é esse tesouro? O amor. O amor é a natureza Divina. Sob a cobertura do falso ego, encontra-se escondido. O propósito da vida humana é descobrir este amor divino. A satisfação que todos nós estamos procurando é encontrada no compartilhamento desse amor.”

SS Radhanatha Swami

Fevereiro - 2012