A causa primária do sofrimento é a ignorância, que resulta em pecado. Quando alguém tem uma doença contagiosa, podemos invariavelmente concluir que ele contraiu a infecção de alguma forma, mesmo que não esteja claro de onde, como e assim por diante. Similarmente, quando há algum sofrimento, podemos concluir que houve o cometimento de algum ato pecaminoso no passado por parte da pessoa em questão, nesta vida ou em uma vida anterior, consciente ou inconscientemente.
Todos neste mundo material, mesmo aqueles que são piedosos e possuidores de um coração moderadamente bom, executam muitas atividades pecaminosas. Mesmo nos atos aparentemente inofensivos - como o nosso cozinhar e comer, ou mesmo os atos de caminhar e respirar - causamos sofrimento a outras entidades vivas, o que dizer de outros atos de deliberada aspereza na fala e na atividade e de nossa exploração das energias de Krsna para fins egoístas!
Cada um destes atos traz reações conseqüentes.Atividades piedosas têm suas próprias reações kármicas (a saber, “punya”), mas punya, mesmo em grandes ou imensas quantidades, não nega ou neutraliza as reações pecaminosas.
A pessoa tem tanto que desfrutar os resultados de punya como sofrer qualquer reação pecaminosa cabida a ela. Quando vemos uma pessoa assim-chamada “ruim” prosperando, devemos entender que ela está simplesmente colhendo os resultados de algumas atividades piedosas pretéritas.
Se toda atividade envolve algum bom ou mau karma, temos de nos conformar que o sofrimento é inevitável? Não.
O Bhagavad-gita apresenta uma solução para essa situação desagradável: todo trabalho deve ser feito como um sacrifício a Visnu, pois semelhante trabalho não traz nem reações piedosas nem reações pecaminosas, e assim não condiciona.
S.S. Romapada Swami