segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Vacuidade 2

Realmente não vale a pena especular sobre o que ocorre na prática meditativa Budista em relação a Vacuidade, pois tudo é devidamente esclarecido pelos próprios mestres Budistas.

Do "O Livro Tibetano da Vida e da Morte":

"Na fase final da prática meditativa toda a realidade se apresenta a si própria numa tremenda exibição.
Em primeiro lugar, o estado de pureza primordial surge como um céu aberto e sem nuvens, depois aparecem as divindades pacíficas e as furiosas, seguidas pelos puros reinos dos Budas e - por baixo destes - pelos reinos da existência Samsarica (OBS:entre eles o reino de Deus-Krsna).
A expansão ilimitada desta visão está muito para lá da nossa imaginação normal e todas as possibilidades nos são apresentadas, desde a sabedoria à libertação e da confusão ao renascimento.
Neste momento encontrar-nos-emos dotados de poderes de percepção clarividente e de recordação; por exemplo, com uma clarividência total e com os nossos sentidos não obstruídos conheceremos as nossas vidas passadas e futuras, veremos dentro da mente dos outros e teremos conhecimento de todos os seis reinos de existência...
...Toda a visão se dissolverá a seguir na sua essência original, como uma tenda a abater-se depois de as suas cordas serem cortadas.
Se possuirmos estabilidade para reconhecer estas manifestações como sendo a "auto-radiância" da nossa mente, estaremos libertos, mas se não tivermos muita experiência seremos incapazes de olhar para as visões das divindades Budistas, que são "brilhantes como o Sol"...
...Quando a brilhante luz da sabedoria aparece, é acompanhada por uma exibição de sons e luzes simples e reconfortantes, menos desafiadores e dominadores do que ela própria.
Estas luzes fracas - amarelas, verdes, azuis, vermelhas e brancas - são as nossas habituais tendências inconscientes acumuladas pela ira, cupidez, ignorância, desejo, ciúme, orgulho, e as emoções que criam os seis reinos do Samsara:
o reino do inferno,
o reino dos fantasmas,
o reino animal,
o reino humano,
o reino dos Semideuses e
o reino de Deus (OBS:o reino de Krsna)...

...e assim como resultado das tendências habituais nas nossas vidas anteriores, o nosso olhar será puxado para baixo, para os seis reinos Samsáricos.
Iremos reconhecê-los e seremos novamente atraídos para a ilusão."

Fim da citação.

Na prática meditativa Budista temos a visão do conceito do reino de Deus-Krsna.
Mas se formos atraídos para este reino ou qualquer dos seis reinos é porque falhamos na nossa prática.

É exitoso nesta prática quem, após visionar todos estes reinos, rejeita-os.

SS o Dalai Lama:
"...O Budismo acredita na causalidade universal e que tudo está sujeito a mudanças, a causas e condições.
Assim, não existe lugar para um divino criador nem para seres auto criados, tudo surge como consequência de causas e condições...
...no Budismo não acreditamos numa entidade independente e imutável como uma alma ou um ego, que sobreviva à morte do corpo...
...algumas pessoas, é verdade, acham que o conceito Budista de Shunyata, ou vacuidade, é no fundo o mesmo que algumas das concepções da compreensão do conceito de Deus.
Todavia, esta concepção implica algumas dificuldades.
A principal é que, evidentemente, podemos interpretar estes conceitos desta forma, mas, ao fazê-lo, até que ponto permanecemos fiéis ao ensinamento original do Buddha?...
...Como diz um antigo provébio Tibetano, não devemos por a cabeça de um iaque num corpo de ovelha - ou vice-versa."...


Fim da citação.

Vosso servo
Prahladesh Dasa