Foto: Gráfico Multiaxial do Espectro Político
Tenho visto devotos de diferentes países defendendo políticos de Direita. Ou o contrário, políticos de Esquerda.
E eu acho isto muito triste. E ao mesmo tempo, tão engraçado.
Os devotos não têm uma posição política de Direita ou Esquerda ... mas um Centro moderado !!!
"O Movimento da Consciência de Kṛṣṇa é tão bom que pode ajustar a discordância entre Socialismo e Capitalismo. No momento, nenhum desses ismos é perfeito do ponto de vista filosófico, mas se ambas as partes adoptarem esta fórmula comum da Consciência de Kṛṣṇa, cada uma delas complementará a outra." (Śrīla Prabhupāda - Carta a Sethji - Los Angeles 13/01/70)
O Centrismo na política, dentro do conceito da existência de uma Esquerda e Direita (política), é a posição de quem se encontra no centro do espectro ideológico.
Para alguns, há apenas duas posições políticas: a de esquerda e a de direita. Porém no conceito da existência de uma Esquerda e Direita política há a visão centrista, que é utilizada pelos moderados.
Moderados se encaixam no Centro uma vez que defendem pontos de vista considerados de esquerda por quem é da direita tradicional e por defenderem pontos de vistas considerados de direita pela esquerda tradicional.
Um partido de centro não é nem capitalista extremado nem socialista, mas ele vê a necessidade de defender o capitalismo sem deixar de se preocupar com o lado social.
Na visão da política de Centro, não deve haver extremismos ou intransigências na sociedade.
Os seus principais valores são: antiextremismo sustentado pelo equilíbrio que cria a tolerância que defende a coexistência pacifica.
Os políticos de centro são caracterizados como sendo mais conciliadores e menos intolerantes.
Qualquer político ou visão política que fuja do Centro deve ser evitada por Vaiṣṇavas seguidores do Śrīmad-Bhāgavatam.
Photo: Political Spectrum Multiaxis Chart
I have seen devotees from different countries defending right-wing politicians. Or the opposite, left-wing politicians.
And I find it very sad. And at the same time, so funny :D
Devotees do not have a Right or Left political position ... but a Moderate Center !!!
"Kṛṣṇa Consciousness Movement is so nice that it can adjust the disagreement between Socialism and Capitalism. At the present moment, neither of these isms is perfect from the philosophical point of view, but if both parties take this common formula of Kṛṣṇa Consciousness each one will supplement the other." (Śrīla Prabhupāda - Letter to Sethji - Los Angeles 13/01/70)
Centrism in Politics, within the concept of the existence of a Left and Right (Politics), is the position of those at the Center of the ideological spectrum.
For some, there are only two political positions: the Left and the Right. But in the concept of the existence of a Left and Right, there is the centrist view, which is used by moderates.
Moderates fit in the Center as they defend Left-wing views by the traditional Right-wing and for Right-wing views from the traditional Left.
A centrist party is neither extreme capitalist nor socialist, but it sees the need to defend capitalism while remaining concerned with the social side.
From the point of view of Center politics, there should be no extremism or intransigence in society.
Its main values are: anti-extremism sustained by the balance that creates the tolerance that advocates peaceful coexistence.
Center politicians are characterized as being more conciliatory and less intolerant.
Any politician or political vision that runs away from the Center should be avoided by Vaiṣṇavas followers of Śrīmad-Bhāgavatam.
1 - A posição A-política está fora do gráfico exatamente porque é ... A-política.
Onde o "A" indica que tal posição exclui-se de participar da Política.
No entanto, "a atitude A-política reconhece implicitamente que é impossível "ficar de fora" dos efeitos da Política praticada por terceiros, sejam estas praticadas por pessoas ou grupos (Políticos)".
E assim, temos:
Por que o A-politismo é desfavorável?
O distanciamento entre os governantes e os governados é a negação da vida Política. É possível que o cidadão nem perceba que, quando ele procura “viver em paz”, sem intrometer-se nos temas públicos, como forma de protesto, a política acaba se tornando um campo exclusivo dos “políticos profissionais”. Como estão distantes do povo, esses políticos tendem a tomar medidas tecnicistas, orientadas por critérios técnicos, sem levar em consideração as opiniões, os interesses e as vontades da população. No dia a dia, o cidadão não se dá conta disso. Só percebe quando os políticos baixam alguma medida que realmente o prejudica.
Ou seja, não participa, depois não adianta reclamar.
Mas adianta reclamar? Alguma coisa sempre consegue.
Sendo acompanhados, a classe política de Kali Yuga faz o que faz. Imagina se não forem acompanhados, cobrados e vigiados ... como pretende o A-politismo.
Pessoalmente, para mim o A-politismo não serve. Mas quem quiser adoptar tal atitude, força !!!
2 - O "Centrão" oportunista da Política brasileira não tem nada que ver com o Centrismo.
O Centrismo segundo Noberto Bobbio (Por Marcello Filgueiras):
“Você é de direita ou de esquerda?” - Sou de Centro.
Com certeza, você que se declara centrista já se deparou com alguém que diz: “Ah, isso é porque você é indeciso”.
Corriqueiramente, ouvimos falas como essas, que renegam o papel do Centro no sistema político atual, quando na verdade, o Centrismo é importantíssimo para a política atual além de claro, não ter nada haver com indecisão.
Na verdade, o pensamento de que Centrismo é sinônimo de indecisão é, ainda hoje, muito aceito e difuso pelo campo político, causado pela confusão do papel do centro, com o papel de centrão.
A bancada chamada de centrão é aquela que não se apega a nenhuma ideologia ou projeto político. Os membros dessa bancada, visam antes de tudo, permanecer em seus cargos. Evitam temas polêmicos e votam a favor dos projetos que são bem aceitos na sociedade, visando somente o voto do eleitor na próxima eleição.
A ideologia destes parlamentares são transformadas em moeda de troca: Ideologias e apoio político são trocados por cargos públicos, vantagens econômicas ou até mesmo a famosa propina . O Centro não é, e nunca foi sinônimo da política do centrão.
O Centro corresponde a um posicionamento crítico e muito bem elaborado em meio aos dois opostos do espectro político - direita e esquerda - e é um assunto muito complexo para tentar resumi-lo em uma posição.
Noberto Bobbio, um dos mais influentes cientistas políticos contemporâneos, em seu Livro “Direita e Esquerda”, descreve diversas características sobre este tão complexo e mal entendido nado da política.
Segundo Bobbio, existem três formas de pensar quanto ao centro( terceiro ): o Terceiro Excluído, o Terceiro Incluído e o Terceiro Inclusivo.
O Terceiro Excluído seria a forma extremamente polarizada de pensar o espectro. Pode ser representado facilmente pela ideia "Ou __, Ou ___". É um pensamento quase que inaplicável no cenário atual, diante da intensa fusão de ideias característica das grandes sociedades democráticas. Este pensamento é por exemplo o empregado no cenário político atual, regulado pela seguinte máxima: "Ou Esquerda, Ou Direita" ou o famoso “Ou Petralha, Ou Coxinha”. Bobbio argumenta que este pensamento leva inclusive a fusão, em um certo lado do espectro, ideologias extremamente divergentes, como por exemplo, incluir numa mesma esquerda PCO, PT e PSB, no plano pragmático, ou Stalinistas, Pós-Modernos e Sociais Democratas, no plano ideológico. Segundo o Autor, por causa do fato acima, se não existisse Centro, os termos direita e esquerda não teriam significado prático e cairiam em desuso.
O Terceiro Incluído já é uma forma de pensar a díade com a existência do Centro, formando na verdade uma tríade ( Esquerda, Centro e Direita ). A formação do centro nesse caso se dá pela fusão de duas ideologias, inicialmente discordantes, visando uma posição que consiga conciliar os pontos positivos de cada uma, fazendo um entreposto entre elas. Esta posição se opõe então à posição extremas que a formaram e ocorre geralmente no plano prático, nas posições tomadas na esfera pública, e não teórica . Pode ser representado com a fórmula "Nem ___, Nem___", como por exemplo, a social democracia Escandinávia, com a forma “Nem Capitalismo, Nem Socialismo”, partidos como o PSB, que estão desempenhando atualmente no congresso uma politica de centro, com uma forma “Nem PT, Nem PSDB” ou ainda o Novo Trabalhismo Inglês, com a fusão de Neoliberalismo e Trabalhismo.
Enquanto o Terceiro Incluído é mais prático, e visa uma junção de aspectos que deram certo de duas ideologias antagônicas, o Terceiro Inclusivo acontece no plano teórico e juntará essas ideias para fazer um pensamento diferente e superior e que rejeita os termos que foram serviram de inspiração. É o famoso termo chamado de Terceira Via, que não pode ser rotulada nos termos de esquerda e direita, mas por fazer esta junção, é uma posição de centro, na fórmula “___ e ___”. Podemos citar como exemplo o ordoliberalismo, com uma junção de “estado e livre-mercado”, o Social-Liberalismo, entre outros.
É importante salientar que partidos e movimentos de centro não são necessariamente parecidos, e são muitas vezes antagônicos. As ideologias de centro nascem no momento de esvaziamento de soluções e cada uma tem posições e ideias diferentes.
É possível achar aquele centro mais próximo da esquerda ou da direita (vulgo centro-esquerda e centro-direita), mas o que estes movimentos tem em comum, é de serem resultado da fusão de ideologias, lembrando sempre, que as definições de políticas são variáveis: O centro de hoje pode não ser o mesmo de amanhã."
Também interessante estudo, procurar no Google:
-- Centrismo e híbrido político: o sentido da política pdf --
3 - Rama-Rajya, o governo ideal com Sistema Varnasrama é de Centro.
Porquê?
Porque o Rei ideal cuida de todos.
Para os Sudras, os trabalhadores, tem Socialismo, no sentido de que recebem tudo do Estado e vivem bem; para os Vaisyas, classe mercantil e agrícola, tem Capitalismo; para os Ksatriyas, guerreiros e administradores, tem Monarquia; e para os Brahmanas, membros intelectuais e classe sacerdotal, tem Anarquia.
Eu compreendo e aceito que “O distanciamento entre os Vaiṣṇavas e os rākṣasas é a negação da vida ateísta” e também que é um Vaiṣṇava que vê o que deve ser feito e o que deve ser evitado.
Perfeito.
Numa sociedade ideal seria assim.
No entanto, estamos muuuito longe disso.
Os devotos são uma minoria ínfima, "uns gatos pingados" .
E estes "gatos pingados" Vaisnavas estão inseridos, por exemplo, no mercado de trabalho Raksasa e na dinâmica Política dos Raksasas.
Não me parece que Vaisnavas neste contexto devam assumir uma posição A-política.
São os Vaisnavas que sabem como deve ser a política social, emprego, educação, saúde, economia, obras públicas, administração pública, justiça, segurança, defesa nacional, agricultura, ciência e tecnologia, política energética, cultural e política externa.
As propostas Vaisnavas para todos estes temas devem ser disseminadas através da participação na Política.
Vaisnavas não se afastam destes temas por estarem nas mãos dos Raksasas. Vaisnavas levantam-se, abandonam um atitude A-política e mostram como fazer. Vaisnavas estão prontos a aceitar propostas favoráveis vindas dos Raksasas e evitar as desfavoráveis.
Não há nenhum problema em que um Vaisnava concorra a um cargo político (desde que não seja um monge interno).
Srila Prabhupada sugeriu que os devotos poderiam criar um partido político.
Trecho da conversa com os discípulos, em Los Angeles, 12 de dezembro de 1973
"Prabhupada: Ah, sim. Por que não? Krsna estava na Política. Assim, a Consciência de Krsna significa envolver-se em tudo: aspectos social, político, filosófico, religioso, cultural, tudo. Não é unilateral. Eles tomam como ... Eles não sabem. Portanto, eles estão pensando que este é um movimento religioso. Não, este movimento inclui tudo, todo-inclusivo, permeia tudo.
Umapati: Bem, eles têm incorporado uma filosofia particular na constituição que exige a separação entre Igreja e Estado, que eles chamam de separação entre Igreja e Estado neste país.
Prabhupada: Sim, isso é ... Já estamos separados. Catur varnyam-maya. Brahmana, Ksatriya, Vaisya, Sudra. Isso já está separado.
Umapati: Então, existem algumas restrições sobre as organizações religiosas entrarem na política.
Prabhupada: Então, o que significa isso? Cristãos, eles não participam na política?
Umapati: Bem, eles não podem fazê-lo como ...
Karandhara: Como Igrejas.
Prabhupada: Não, não como Igrejas. Nossos Grhasthas irão participar. Os Sannyasis vão dar conselhos. Directamente os Grhasthas vão lutar. Deve haver uma classe administrativa. Isto é ... Isto está prescrito na Bhagavad-Gita. Devem haver quatro classes: Brahmana, Ksatriya, Vaisya, Sudra. Agora, isto é falado por Deus. Por conseguinte, isto deve ser rejeitado? É o que isto significa? Deus é para tudo. Que absurdo é este? E Krsna actuou como Ksatriya. Portanto, Ele não deve ser Deus? É este um bom argumento? Deus é todo-abrangente. E religião significa a palavra de Deus, levando a palavra de Deus. Isto é religião. Então, como você pode separar as duas coisas?"
Quando Srila Bhaktisiddhanta e Srila Prabhupada dizem que devotos não participam de Política, é em relação a devotos renunciados (Brahmacaris, Vanaprasthas e Sannyasis) que vivem num Templo a cultivar sua condição de Brahmanas.
Estes devotos são A-políticos. Eles não participam directamente na Política. Mas atenção, embora não participem directamente, aconselham os Ksatriyas. Por isso que o Sistema Védico é de uma Teocracia Consultiva. Onde os Ksatriyas consultam os Brahmanas.
No entanto, devotos casados (Grhasthas), estes estão inseridos nas ordens sociais de Ksatriyas, Vaisyas e Sudras.
Estes devotos casados (Grhasthas) não somente podem, mas tem o dever, a obrigação de participar activamente na Política.
Ainda, Srila Bhaktisiddhanta explica que o verdadeiro trabalho beneficiente para a sociedade é propagar a Consciência de Krsna. E não abrir hospitais por exemplo.
Isto significa que devotos não podem ser médicos?
Claro que não. Devotos Grhasthas podem e devem ter qualquer profissão. E no desempenho de suas profissões eles introduzem a Consciência de Krsna.
Como no caso de Murari Gupta, associado directo de Sri Caitanya Mahaprabhu, que pertencia a uma família de médicos Ayur Védicos. Murari Gupta curava as pessoas fisicamente com Medicina Ayur Védica e curava as pessoas espiritualmente com o Maha Mantra.
Em relação a que devotos "briguem" por Política. Não há nenhum problema.
Devotos "brigam" também por outros temas ;)
"Porque somos todos indivíduos, às vezes há desacordo entre os devotos." (Srila Prabhupada)
No plano espiritual estão todos de acordo. Krsna é a pessoa suprema, Radha é Sua consorte eterna e o Maha Mantra Hare Krsna é o processo da Era. Estão todos de acordo.
No entanto, no plano da Política, na organização e administração social, uns devotos poderão ter uma idéia de como fazer, outros devotos poderão ter outra. Sem problema.
O que está em causa aqui, penso, não é se os devotos podem participar na Política ou não. Penso que está claríssimo que sim, podem, e devem.
Srila Prabhupada afirma: "as pessoas devem ser conscientes de Kṛṣṇa e não devem votar em ninguém que não seja consciente de Kṛṣṇa."
Ou seja, podemos e devemos votar em quem for consciente de Krsna.
Evitar candidatos que não forem conscientes de Krsna e votar em candidatos conscientes de Krsna.
Srila Prabhupada estimulou seus discípulos nos Estados Unidos e Austrália a criar um partido com o nome de "Partido em Deus confiamos". A coisa avançou, mas teve que ser interrompida porque eles precisavam de Laksmi para outros projectos.
Portanto a melhor alternativa é votar em pessoas, políticos conscientes de Krsna.
Se isto não for possível, se não existirem candidatos conscientes de Krsna, podemos votar ou não?
Podemos. Ao concordarmos com uma parte do programa de governo apresentado por tais candidatos. Com a parte do programa que não concordamos ou que achamos deficitária a nível espiritual, devemos demonstrá-lo e contactá-los.
Por exemplo, Srila Prabhupada, como Sannyasi, participava indirectamente da Política. Não através do voto. Mas estava sempre a se corresponder com Políticos e a pedir nestas cartas para encontrar-se com eles. Enviou várias cartas para Mahatma Gandhi, Indira Gandhi, Rajendra Prasad, Dr. S. Radhakrishnan, Dr. Vallavbhaiji Patel, Pandit Jawaharlal Nehru, Richard Nixon.
Srila Prabhupada: "Assim, a Consciência de Krishna significa envolver-se em tudo: aspectos sociais, POLÍTICO, filosófico, religioso, cultural, tudo."
Muito obrigado Prabhuji.
De facto meu ponto é bem simples.
Política denomina-se a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados.
O que os Políticos (governantes, legisladores) fazem influencia a nossa vida no dia-a-dia. Devotos não vivem e nem podem viver numa bolha.
Como evidenciado antes, devotos participam na sociedade.
Devotos estão inseridos no mercado de trabalho.
Ora, se um determinado grupo, Partido Político actua desfavoravelmente em termos de legislação e organização. Medidas que prejudicam, por exemplo, como o arrocho salarial, ou uma Política orçamental de aumento de impostos, ou uma Política de serviço público desastrosa, etc (e muitos outros ítens), é muito natural que devotos que estão empregados no mercado de trabalho dos "Raksasas", que fazem parte e estão inseridos na Sociedade, votem na eleição seguinte noutro grupo Político.
Não tem como não participar politicamente.
E claro, ao mesmo tempo estes mesmos devotos ocupam-se em propagar intensamente a Consciência de Krsna, a verdadeira panacéia para mudar mentalidades.
É só isto. Espero que agora esteja claro.
Só mais uma coisa.
No começo do movimento, Srila Prabhupada queria que todos seus seguidores fossem renunciantes. Nada de Ayur, Artha Sastra.
Nesta altura, um devoto aproximou-se de Srila Prabhupada porque queria especializar-se em Ayur Veda. Srila Prabhupada disse que não era importante.
Porém já no final, Srila Prabhupada viu que era importante estabelecer o Varnasrama e salientou que seus seguidores deviam aprofundar-se nisso.
E de facto, hoje em dia temos devotos especialistas em Jyotir, Ayur, Artha Sastra.
Artha Sastra trata sobre Política Estatal, Política Econômica, Estratégia Militar, Geografia, História, Astronomia, Astrologia, Física, Psicologia, Ayurveda, Microbiologia, Matemática, Linguística, Poesia, Música, Lógica, Lei, Arquitectura e outras.
É claro que devotos ocupam-se pricipalmente em propagar o cantar de Hare Krsna, e ao mesmo tempo para uma organização, direção e administração eficaz de nações ou Estados todo este conhecimento é importante.
Hare Krsna !!!
"Isso mesmo Prabhu Prahlādeśa Dāsa. Essa é minha opinião também. Me desculpem aqueles os que insistem em dizer que sou comunista, marxista, petista, grancista etc, etc., mas esse sempre foi o meu posicionamente, já faz mais de 30 anos, que, inspirado nos ensinamentos de Srila Prabhupad, digo que minha utopia socio-política é:
Uma monarquia iluminada, nos moldes do ideal do Rama-rajyam (governo espiritual-democrático do Senhor Ramachandra), que paradoxalmente integre:
1) Anarquia, para os seres iluminados e santos com seu exemplo libertar a todos de todos os condicionamentos;
1) Anarquia, para os seres iluminados e santos com seu exemplo libertar a todos de todos os condicionamentos;
2) Monarquia, para que lideres nobres e competentes possam proteger e supervisionar a administração pública de acordo com os interesses da Nação, livrando a do assédio de ladrões e corruptos;
3) Livre mercado com economia sustentável, para que empresários competentes e honestos protejam a Natureza e possibilitem prosperidade para todos;
4) Socialismo, para que seja suprida todas as necessidades e interesses básicos de todos, possibilitando-lhes assim uma vida digna e decente.
Anarquia para os brahmanas; monarquia para os ksatriyas; livre mercado sustentável (não capitalismo selvagem neo-liberal) para os vaisyas; e socialismo para os sudras. Essa diversidade somente se sustenta, sem luta de classes, em uma sociedade baseada no comunismo espiritual de todas as entidades vivas (não somente os seres humanos), que seriam todas iguais perante a Divindade." (Sriman Lokasaksi Dasa)
A sociedade é como um organismo vivo em constante mutação.
Como consequência, as formas de governo seguem e adaptam-se a esta mutação.
As formas de governo essencialmente são monarquia, aristocracia e democracia.
A maneira como estas formas de governo eram implementadas no passado não significa necessariamente que serão implementadas da mesma forma no presente. Por exemplo, a monarquia deixa de ser absoluta e passa a ser constitucional.
Todas estas formas de governo, em especial em Kali Yuga, tem uma forma certa e uma forma desviada.
A monarquia é desviada para a tirania.
A aristocracia é desviada para o oligarquia.
A democracia é desviada para a demagogia.
A Tirania é o governo de um só com vista ao interesse pessoal; a Oligarquia é a busca do interesse dos ricos; a Demagogia visa o interesse dos pobres.
Nenhum destes regimes visa o interesse da comunidade.
Aristóteles na sua obra "Política" esclarece porque a Democracia torna-se uma Demagogia e afasta-se do Regime Constitucional:
"Isto sucede sempre que a decisão suprema decorre dos decretos e não da Lei.
O termo Psephisma significa decreto. O que distingue a Lei (Nomos) de um decreto é a sua qualidade normativa; enquanto a Lei possui um caráter universal que lhe permite discernir genericamente e com uma vigência perene, o decreto possui um carácter casuístico que lhe permite regulamentar de forma temporária situações muito específicas de acordo com interesses.
Esta situação surge devido à influência dos Demagogos.
Aí, com efeito, o povo torna-se monarca, ou seja, um todo composto, ainda que formado de muitas partes.
O Demagogo, que literalmente podemos traduzir por condutor (proveniente da raíz "Agogein") do povo (Demos), é um dirigente popular que, pela sua influência, retórica, ou riqueza assume as aspirações e reivindicações da multidão.
Um povo tomado nessa acepção, isto é, tomado como monarca, procura governar sozinho não se submetendo à Lei.
Além do mais, tornando-se de tal modo despótico, que honra os aduladores. Ora uma Democracia como esta acaba por corresponder àquilo que a Tirania é em relação as Monarquias.
É também em virtude desta equidistância que é idêntica a índole destas duas formas de regime: ambas são despóticas em relação aos cidadãos mais excelentes; os decretos emanados de uma equivalem aos éditos impostos pela outra; o demagogo e o adulador acabam por corresponder à mesma realidade pois ambos detêm, de facto, uma grande influência junto dos regimes respectivos: os aduladores junto dos tiranos, e os demagogos junto das massas populares desta condição."
Então se afirmamos que a monarquia na sua forma desviada de tirania é má, também devemos reconhecer que a democracia na sua forma desviada de demagogia é igualmente má.
E o que mais vemos por aí são democracias "tiranas" desviadas repletas de demagogos.
"a participação popular nas decisões da polis" ... é uma mera ilusão.
Mas então, qual a forma de governo ideal?
Tem que ir ajustando, de acordo com a dinâmica social (sociedade em constante mutação). Todas estas formas de governo tem algo a contibuir.
Eu apostaria tudo numa monarquia não absoluta (constitucional democrática) de centro.
O Rei como chefe de estado (eleito e não hereditário) e o presidente ou primeiro ministro como chefe de governo (parlamento). Ambos sendo eleitos por votação.