domingo, 25 de dezembro de 2011

Crítica construtiva não é Prajalpa

No seu livro "Sri Bhaktyaloka", Srila Bhaktivinoda Thakura explica que existem oito tipos de Prajalpa ou conversa desnecessária. Uma delas é encontrar falhas nos outros. Podemos dizer que isto está relacionado com a critica.

No mesmo livro, Srila Bhaktivinoda Thakura explica que existem dois tipos de "encontrar falhas nos outros" (Construtiva e Destrutiva).

1 - Destrutiva - "aqueles que se referem as actividades de outros motivados por impedimentos devocionais como inveja, ira, grosseria, distinção"

2 - Construtiva - "No Srimad Bhagavatam (4.14.29) Maitreya Muni, o grande devoto, falou acerca de Vena Maharaja:
"O grande sábio Maitreya continuou: E assim o Rei, que tornou-se sem inteligência devido a vida pecaminosa e desvio do caminho correto, tornou-se despojado de toda a boa fortuna. Ele não pode aceitar o pedido dos sábios que fizeram com grande respeito e desta forma foi condenado."
Sri Maitreya Rsi necessitava falar sobre outros desta forma. Ele estava a falar para sua audiência para instruí-los. Isto não é Prajalpa. E se alguém discute desta forma a actividade imprópria de uma vertente religiosa ou do público em geral, isto não é adverso ao serviço devocional. Mesmo se alguém fala sobre uma determinada pessoa, não há falta nisso."

Srila Bhaktivinoda Thakura Ki Jaya !!!

Atenção. Não é por isso que saíremos por aí caluniado tudo e todos.

Mas se alguém baseado nos ensinamentos de Srila Prabhupada tenta mostrar que o padrão não está ser seguido, isto é "encontrar falhas nos outros" de forma construtiva.

Na verdade aqueles que "encontram falhas nos outros" de forma construtiva estão a ajudar na Administração. É muito dificil administrar sozinho um projecto da ISKCON. Muitas coisas irão escapar do padrão e precisamos desta "ajuda critica construtiva". É um grande treinamento para a humildade.

A critica quando é destrutiva é Prajalpa.

E quando a critica é construtiva não é Prajalpa.

E assim a Administração nunca vai estar separada de criticas.

Claro que podemos reagir dizendo:

“Se não está satisfeito faça você mesmo” ou “Porque não participa mais ao invés de só criticar”.

Podemos reagir assim, mas perdemos a oportunidade de aprender com as críticas construtivas  que são inevitáveis em qualquer Administração. Aqueles que fazem crítica construtiva não querem tomar o lugar de ninguém mas querem ajudar na Administração.

A seguir artigo interessante do "Portal da Administração - Administradores":

Você sabe lidar com as críticas?

Artigo do palestrante Carlos Hilsdorf sobre como lidar com as críticas construtivas e destrutivas.

Por Carlos Hilsdorf

"Quando desenvolvemos uma competência nos tornamos mais fortes diante da vida e de seus desafios. Dentro do rol das melhores competências que podemos e devemos desenvolver encontramos uma que nitidamente se destaca: a nossa competência em suportar a pressão das críticas!
 
As críticas se dividem em dois grandes grupos: as construtivas e as destrutivas.
 
Uma crítica é construtiva quando tem por finalidade contribuir com o nosso aperfeiçoamento. Por aperfeiçoamento devemos entender o foco em aprimorar nossas forças e diminuir nossas fraquezas.
 
No caso da crítica construtiva, quem o está criticando vai sempre lhe apontar uma deficiência (fraqueza) ou falta de eficiência (uma força que não está sendo plenamente ou corretamente utilizada). Em ambos os casos esta pessoa está lhe fazendo um favor porque está lhe ajudando a ampliar suas percepções a respeito de si mesmo.
 
Não é raro que alguém lhe faça uma crítica inesperada, daquelas que nem mesmo em seus dias de maior imaginação passariam pela sua cabeça. Nestes casos nossa primeira reação é a surpresa seguida imediatamente do julgamento de que a crítica só pode ser absurda e improcedente. É comum julgarmos absurdo ou improcedente aquilo que não passa pela nossa cabeça. Mas isto não invalida a importância da crítica!

Diante de críticas construtivas o procedimento é simples. Ouça com toda a atenção, independentemente de suas impressões e julgamentos com relação ao autor da crítica. Desenvolva um profundo respeito e gratidão pelas críticas construtivas, elas são sempre um convite ao aperfeiçoamento e um poderoso remédio contra a vaidade.
 
Atente para uma questão muito importante: o fato da intenção da crítica ser construtiva não significa que a pessoa que a fez tenha habilidade em comunicá-la da melhor forma. Gentileza, boa educação e habilidade interpessoal não são características comuns a todos os bem intencionados. Isto significa que em muitas situações uma crítica construtiva, que muito pode contribuir com sua vida, poderá vir em péssima ''embalagem''. Preste mais atenção no conteúdo da crítica que na sua forma. Conheço várias pessoas de valor, sinceras e bem intencionadas que não sabem dizer as coisas com ''jeitinho''. Afinal por que esperar que as críticas venham apenas de pessoas craques em relacionamento e comunicação?
 
Vejamos agora as críticas destrutivas.
 
Uma crítica é destrutiva quando tem por finalidade desestruturar, ferir, magoar ou desorientar. Observe que o facto de você ter se magoado não significa, necessariamente, que a crítica tenha sido destrutiva. Alguém pode se magoar por tendência em colocar-se no papel de vítima, baixa auto-estima, falta de humildade ou excesso de vaidade, e nestes casos a responsabilidade pela mágoa é toda sua.
 
A crítica é destrutiva quando é apresentada com o objectivo claro de causar dano ou ofensa, visando impedir seu processo natural de evolução. Esta é uma arma muito utilizada por pessoas presas aos processos de inveja, ciúme e maldade. Sim, estas pessoas existem e em proporção bastante alta.
 
Mesmo nestes casos, ouça atentamente a crítica. Lembre-se que alguém na tentativa de magoá-lo pode, ainda assim, dizer-lhe uma verdade. Seus oponentes podem ser pessoas inteligentes e a crítica apesar de maldosa, pode conter elementos verdadeiros.
 
Neste caso, este ''oponente'', por ironia do destino, estará lhe fazendo um bem, desde que você possua a humildade de analisar e refletir sobre o conteúdo da crítica!
 
Caso a crítica esteja fundamentada em conteúdo falso, maledicente ou preconceituoso, considere este texto a seguir que escrevi em meu livro Atitudes Vencedoras:
 
Pedras e frutos
 
''Não se atiram pedras em árvores sem fruto; toda tentativa de apedrejamento visa sempre derrubar os frutos.
Inocente ignorância dos apedrejadores, porque, mesmo conseguindo o feito, se esquecem de que os frutos caídos no chão experimentarão o tempo e a decomposição e voltarão a frutificar, de uma ou de outra maneira, pois cada semente dá origem à essência interior que carrega.
Já as pedras caídas no chão permanecerão pedras, e as mãos que as atiraram terminarão vazias, tão vazias quanto o coração e a alma que lhes ativaram o movimento."
 
Vosso servo
Prahladesh Dasa Adhikari

Dezembro - 2011