terça-feira, 7 de abril de 2009

Prasthana Traya (Três pontos de partida)

Trecho de uma aula dada por SS Hrdayananda Das Gosvami em Alachua, Festa de Domingo, 29 de Março de 2009:

"Em termos daqueles que se mantem fiéis a cultura original, ao conhecimento original, aquela cultura, e tentam entender os Vedas, existem seis maneiras diferentes de aproximar-se disto, e dentre estas seis, a grande vencedora é o Vedanta que em última análise realmente predomina e todas as outras tornam-se secundárias.

Se nós virmos o Vedanta, Vedanta, a palavra Vedanta nós associamos com o Vedanta Sutra também conhecido como Brahma Sutra, em última análise é a literatura que forma a base do empenho de filosoficamente entender a Verdade Absoluta.

O Vedanta são três, que juntos são considerados Vedanta.

Um é o Brahma Sutra também conhecido como Vedanta Sutra.

Também, os Upanishads

e o Bhagavad Gita.

E assim, o Brahma Sutra é uma explicação dos Upanishads. Os Upanishads são conhecidos como Sruti Prasthana. Ou o ponto de partida dos Srutis, ou o ponto de partida da literatura Védica original.

O Brahma Sutra é conhecido como Nyaya Prasthana. Outro Prasthana, "punto de partida", usando a Lógica, porque é a interpretação lógica dos Upanishads e do Bhagavad Gita que é Smriti Prasthana e que foi falado por Deus Ele mesmo, e que portanto é o livro mais importante.

Então é assim, se você olha para a grande tradição do Vedanta, em última análise embora eles discutam a Epistemologia, como saber aquilo que você tem que saber, os meios para obter o conhecimento, no final o que realmente ocupa a atenção dos grandes filósofos da História da India, é a Ontologia ou o estudo da natureza da existência, qual o fundamento das coisas reais deste mundo, e existe então um acordo final de que Deus é algo real, e que as almas realmente existem e que o mundo de alguma forma existe.

E a questão é como estas coisas existem? Qual a sua relação? Uma é a manifestação ilusória da outra? Em outras palavras, somos almas individuais aparentemente ilusórias de uma Verdade Absoluta? Ou almas individuais fundamentalmente reais? E em relação a natureza? A natureza é simplesmente uma ilusão ou também é real e como é real?

E assim, ao discutir eses pontos, no final, bem podemos dizer que a conclusão óbvia disto tudo é que Deus, as almas individuais e a natureza são simultaneamente unas e diferentes.

Este é o ensinamento do Senhor Caitanya, bem como também o ensinamento de muitos filósofos clássicos da civilização Greco Romana, bem como de outros estudantes do Vedanta, e o Senhor Caitanya confirmou que este é o entendimento apropriado. Como almas individuais, somos unos com Deus e ao mesmo tempo somos diferentes.

É como qualquer relacionamento saudável. Duas pessoas que tem um relacionamento, são um só mas também são diferentes.

É exatamente como um entendimento são. De forma a ser consciente de uma forma sã para saber o que está acontecendo aqui, você tem que ver a diferença entre ambos, as pessoas, e as direcções, e as palavras, e ao mesmo tempo você tem que colocar tudo isto junto como uma simples experiência coerente de alguém a falar na Sala do Templo.

Assim, unidade e diferença não é simplesmente uma interpretação intelectual de alguma literatura Sânscrita muito antiga, mas é a natureza da realidade, ela mesma. É a natureza da nossa realidade."

Fim da citação.

Aqueles que estudam o Vedanta e demonstram a existência de Deus, da alma, e da relação da natureza com ambos, recorrem ao Prasthana Traya (Três pontos de partida):

1 - Upanishads (Sruti Prasthana)

2 - Bhagavad Gita (Smriti Prasthana)

3 - Brahma Sutra ou Vedanta Sutra (Nyaya Prasthana)

Mais um trecho da aula:

"Temos que ter a coragem de realmente fazer algo maravilhoso. Uma vez estavamos com Srila Prabhupada em LA, eu estava ao seus pés no seu jardim, e ele disse-nos: "Qual a utilidade de vocês serem americanos, se não fazem algo maravilhoso." Isto também vale para aqueles que tem um Green Card (Autorização de residência). (Risos)

Então Srila Prabhupada não estava muito interessado num tipo de pacote hierárquico encomendado, mas que você devia se despir disto e sair e fazer o trabalho, e o que quer que aquela pessoa fizesse, Srila Prabhupada abraçava-a, aquela pessoa realmente conhecia Prabhupada. Saia e faça algo para Prabhupada e abandone seu egoísmo, porque somos todos egoístas, somos todos criaturas egoístas e aqueles que forem capazes de abandonar seu egoísmo e sairem dedicando suas vidas a Prabhupada, eles verão Srila Prabhupada frente a frente. (Aplausos)

Ele é meu Diksa Guru, e ele é o Fundador Acarya de todos nós. E ao introduzir-se ele mesmo com cartas formais aos seus líderes administrativos, ele não disse "Sou o Diksa Guru da Iskcon", mas ele introduziu-se como o Fundador Acarya da Iskcon, este foi o único título que Prabhupada reinvindicou para ele.

Prabhupada não era um ser ciumento. Prabhupada amou-nos mais do que qualquer um poderia ter nos amado.

E a esperança mais forte de Prabhupada era que todos nós poderíamos aprimorarmo-nos e tornarmo-nos gloriosos e conquistarmos o mundo com sua missão.

Mas o único título que ele reinvindicou para si mesmo e que não quis partilhar com ninguém, era que ele era o Fundador Acarya, o que significa que toda nossa glória deve vir por servir seus pés de lótus na Iskcon. (Aplausos)"