"Prabhupāda: Então, todas as bênçãos ao Dr. O.B.L. Kapoor (Ādi Keśava Dāsa). Ele é um Vaiṣṇava ... Portanto, sua associação é uma grande bênção para nós."
(Caminhada matinal - 15/10/1972, Vṛndāvana)
Do livro "Śrī Caitanya Mahāprabhu e Rāgānugā-bhakti" do Dr. O.B.L. Kapoor (Ādi Keśava Dāsa):
"Rāgānugā-bhakti, é descrita como Prabala, ou intensa, forte e Vaidhī-bhakti como Nirbala ou pouco intensa, fraca. (Bhakti Sandarbha 310)
[É como a diferença entre a intensidade do desejo de fazer exercício entre uma pessoa que naturalmente gosta de exercitar-se e uma pessoa que não gosta, mas faz exercício apenas porque algum livro sobre saúde recomenda e elogia seus benefícios.]
Śrī Caitanya diz que ouvir os relatos das actividades dos Vrajavāsīs, gera Lobha ou avidez por este tipo de Bhakti no coração de alguns devotos afortunados e os compele a seguir esta linha de Bhakti. (Cc. Madhya 22.153)
[E aqui Śrī Caitanya chama estes devotos de muito afortunados porque haverão devotos que mesmo após ouvirem acerca das actividades dos Vrajavāsīs não irão mostrar interesse em Rāgānugā-bhakti.]
Sādhana (prática religiosa) é tanto externa quanto interna. A prática externa do Sādhana é levada a cabo pelo corpo e os sentidos, e a interna com a mente.
Rāgānugā-sādhana-bhakti é predominantemente interno. E seu aspecto predominante é Smaraṇa. Contudo, as práticas externas como Śravaṇa e Kīrtana não devem ser negligenciadas. De facto, os dois aspectos são complementares. O Śravaṇa e o Kīrtana intensificam o Smaraṇa, e o Smaraṇa vivifica o Śravaṇa e o Kīrtana.
Uma declaração muito lúcida e sucinta do tipo de Sādhana que Śrī Caitanya quer que Seus seguidores executem encontra-se em Seus preceitos a Raghunātha Dāsa Gosvāmī.
"Seja humilde e respeitoso com as pessoas, sempre cante os nomes de Kṛṣṇa e com seu corpo interno sirva mentalmente Rādhā Kṛṣṇa em Vṛndāvana."
(Cc. Antya 6.235)
Aqui Śrī Caitanya declarou tanto o Sādhana interno quanto o externo. Externamente o canto do Nome, e internamente serviço a Rādhā e Kṛṣṇa em Vraja através do corpo transcendental visualizado (Siddha-deha almejado). Ele também enfatiza que ambos devem ser levados a cabo simultaneamente.
O livro Hari-bhakti-vilāsa diz que Śravaṇa e Kīrtana são proveitosos apenas quando executados por meio de um corpo transcendental visualizado próximo a Śrī Kṛṣṇa.
Em Rāgānugā-bhakti o Sādhaka faz distinção entre o corpo físico e os sentidos ao se identificar com o corpo transcendental visualizado. Isto é chamado Bhūta-śuddhi. Sem este Bhūta-śuddhi (identificar-se com o corpo interno) nenhuma prática religiosa é frutífera, mesmo se executada sob os estritos procedimentos estabelecidos nos Śāstras. (Hari-bhakti-vilāsa 5.34)
A identificação do Sādhaka com o corpo transcendental todavia, não ocorre de uma vez. Em Rāgānugā-bhakti o devoto apenas segue o humor específico do Rāgātmikā-bhakti que se adequa a sua inclinação pessoal natural. Não é possível para uma pessoa comum em um corpo físico alcançar o Rāgātmikā-bhakti dos Parikaras de Bhagavān cujos corpos são feitos de bem aventurança divina.
Porém Rāgānugā-bhakti prepara o Sādhaka para alcançar Rāgātmikā em um corpo transcendental.
Enquanto o devoto está no corpo físico, ele executa Śravaṇa e Kīrtana e observa as outras regras, contudo internamente o Sādhaka forma ou conserva uma imagem visual mental de si mesmo como estando num corpo transcendental apropriado para o tipo de Bhakti ao qual ele é naturalmente inclinado para servir Kṛṣṇa dia e noite por meio deste corpo. (Cc. Madhya 22.157)
Através da constante meditação o devoto faz com que Vṛndāvana torne-se presente diante de si. No decorrer do tempo o corpo transcendental visualizado se torna realidade.
Narottama Dāsa Ṭhākura diz que aquilo que o devoto deseja, concebe e medita no estágio de Sādhana, é o que ele alcança realmente no final. O corpo transcendental concebido ou visualizado é apenas portanto o corpo transcendental engendrado no desenvolvimento da correta identificação. (Prema Bhakti Candrikā 54-55)
Uma pergunta pode surgir: Como pode um corpo visualizado se tornar transcendental e servir a Kṛṣṇa?
Com relação a isto nós temos que considerar que mesmo a mente material assume a forma das coisas que ela sempre contempla.
O Śrīmad-Bhāgavatam diz, "Se por amor, ódio ou temor alguém fica totalmente mergulhado em pensamentos de alguma coisa, então assume a forma e aspecto deste algo. A abelha apanha o inseto e o leva para o buraco em que vive. O inseto devido ao medo da abelha sempre pensa nela e assim assume sua forma mesmo sem deixar seu corpo." (Śrīmad-Bhāgavatam 11.9.22/23)
Além disso, no Bhāgavatam Śrī Kṛṣṇa diz a Uddhava, "Eu sou Satya-saṅkalpa ou a própria essência da verdade. Portanto, em qualquer forma na qual o Sādhaka se imaginar enquanto medita em Mim, automaticamente se tornará verdadeira." (Bh. 11.15.26)
Além disso na hora da identificação completa da mente com Svarūpa-śakti e do brotar de Prema, Kṛṣṇa também aparece diante do Sādhaka junto com Seus Parikaras. O Darśana de Kṛṣṇa é que faz o corpo transcendental visualizado se tornar espiritual. O Sādhaka então assume o corpo transcendental.
Ao alcançar o corpo transcendental o Sādhaka começa uma nova vida divina. Yoga-māyā admite o devoto na Nitya-līlā de Śrī Kṛṣṇa com Seus Parikaras ao colocá-lo no ventre de uma Gopī dando-lhe novo nascimento no local onde a Līlā manifesta está a ocorrer.
Simultaneamente Yoga-māyā admite este devoto na Navadvīpa-līlā eterna fazendo-o nascer em um outro corpo espiritual na casa de um Brāhmaṇa num local onde Navadvīpa-līlā manifesta está a ocorrer.
Tanto Vṛndāvana-līlā quanto Navadvīpa-līlā estão manifestas eternamente porque sempre estão a ocorrer em algum universo material.
Śrī Jīva Gosvāmī diz no Prīti Sandarbha (Sec. 10) que no Nitya Dhāma (a morada eterna do Senhor), corpos espirituais infinitos estão presentes como partes do brilho divino do corpo de Bhagavān e o corpo transcendental de cada Sādhaka é uno com eles.
O corpo espiritual presente no Dhāma está no estágio inerte, mas ele se torna activo assim que se identifique com o corpo transcendental visualizado do Sādhaka. (Prīti Sandarbha Sec. 11)
O Siddha-deha almejado e visualizado pelo devoto durante o Sādhana é uma réplica em construção do corpo espiritual que ele alcança na fruição de sua devoção."
Fim da citação.
Siddha-deha tem 3 fases:
1 - Na fase de Sādhana, medita no Siddha-deha almejado (nome, forma, idade, vestimenta, relacionamento, grupo, ordem, serviço, ambição suprema, sustentadora e residência).
2 - No estágio avançado de Bhāva, realiza Siddha-deha, que é chamado de Svarūpa-siddhi.
3 - Quando o devoto(a) nasce do ventre de uma Gopī em um Universo material, atinge a realização final de Siddha-deha, que é chamado de Vastu-siddhi.
Você só alcança na fase perfeita o que foi cultivado e aspirado na fase inicial.
Image: Our Svāmīnī Rādhā with Her dark blue garment (Kṛṣṇa) and red bodice (passion for Kṛṣṇa) !!!
"Prabhupāda: So all blessings to Dr. O.B.L. Kapoor (Ādi Keśava Dāsa). He is a Vaiṣṇava... Therefore, his association is a great blessing for us."
(Morning walk - 15/10/1972, Vṛndāvana)
From the book "Śrī Caitanya Mahāprabhu and Rāgānugā-bhakti" by Dr. O.B.L. Kapoor (Ādi Keśava Dāsa):
"Rāgānugā-bhakti, is described as Prabala, or intense, strong and Vaidhī-bhakti as Nirbala or little intense, weak. (Bhakti Sandarbha 310)
[It's like the difference between the intensity of the desire to exercise between a person who naturally likes to exercise and a person who doesn't but does exercise just because some health book recommends and praises its benefits.]
Śrī Caitanya says that hearing about of the activities of the Vrajavāsīs, generates Lobha or greed for this type of Bhakti in the heart of some fortunate devotees and compels them to follow this line of Bhakti. (Cc. Madhya 22,153)
[And here Śrī Caitanya calls these devotees very fortunate because there will be devotees who even after hearing about the activities of the Vrajavāsīs will not show interest in Rāgānugā-bhakti.]
Sādhana (religious practice) is both external and internal. The external practice of Sādhana is carried out by the body and the senses, and the internal with the mind.
Rāgānugā-sādhana-bhakti is predominantly internal. And its predominant aspect is Smaraṇa. However, external practices like Śravaṇa and Kīrtana should not be neglected. In fact, the two aspects are complementary. Śravaṇa and Kīrtana intensify Smaraṇa, and Smaraṇa intensify Śravaṇa and Kīrtana.
A very lucid and succinct statement of the type of Sādhana that Śrī Caitanya wants His followers to perform is found in His precepts to Raghunātha Dāsa Gosvāmī.
"Be humble and respectful to people, always chant Kṛṣṇa's names and with your inner body mentally serve Rādhā Kṛṣṇa in Vṛndāvana."
(Cc. Antya 6,235)
Here Śrī Caitanya declared both the internal and the external Sādhana. Outwardly chanting the Name, and inwardly serving Rādhā and Kṛṣṇa in Vraja through the transcendental body visualized (desired Siddha-deha). He also emphasizes that both must be carried out simultaneously.
The book Hari-bhakti-vilāsa says that Śravaṇa and Kīrtana are beneficial only when performed through a transcendental body visualized near Śrī Kṛṣṇa.
In Rāgānugā-bhakti the Sādhaka distinguishes between the physical body and the senses by identifying with the transcendental body visualized. This is called Bhūta-śuddhi. Without this Bhūta-śuddhi (identifying with the inner body) no religious practice is fruitful, even if performed under the strict procedures set out in the Śāstras. (Hari-bhakti-vilāsa 5.34)
The identification of the Sādhaka with the transcendental body, however, does not occur all at once. In Rāgānugā-bhakti the devotee only follows the specific mood of the Rāgātmikā-bhakti that suits his/her natural personal inclination. It is not possible for an ordinary person in a physical body to attain the Rāgātmikā-bhakti of the Parikaras of Bhagavān whose bodies are made of divine bliss.
But Rāgānugā-bhakti prepares the Sādhaka to attain Rāgātmikā in a transcendental body.
While the devotee is in the physical body, he performs Śravaṇa and Kīrtana and observes the other rules, yet internally the Sādhaka forms or maintains a mental visual image of himself as being in a transcendental body appropriate to the type of Bhakti to which he is naturally inclined to serve Kṛṣṇa day and night through this body. (Cc. Madhya 22.157)
Through constant meditation the devotee makes Vṛndāvana present before him. In the course of time the transcendental body visualized becomes reality.
Narottama Dāsa Ṭhākura says that what the devotee desires, conceives and meditates on at the stage of Sādhana, is what he actually achieves in the end. The transcendental body conceived or visualized is only therefore the transcendental body engendered in the development of correct identification. (Prema Bhakti Candrikā 54-55)
A question may arise: How can a visualized body become transcendental and serve Kṛṣṇa?
In this regard we have to consider that even the material mind takes the form of the things it always beholds.
The Śrīmad-Bhāgavatam says, "If out of love, hate or fear one becomes totally immersed in thoughts of something, then it takes on the form and aspect of that something. The bee picks up the insect and takes it to the hole in which it lives. The insect due to the fear of the bee always thinks of it and thus assumes that form even without leaving the body." (Śrīmad-Bhāgavatam 11.9.22/23)
Furthermore, in the Bhāgavatam Śrī Kṛṣṇa says to Uddhava, "I am Satya-saṅkalpa or the very essence of truth. Therefore, in whatever form the Sādhaka imagines himself while meditating on Me, he will automatically achieve this." (Bh. 11.15.26)
Furthermore, at the time of the mind's complete identification with Svarūpa-śakti and the sprouting of Prema, Kṛṣṇa also appears before the Sādhaka along with His Parikaras. Kṛṣṇa's Darśana is what makes the transcendental body visualized to become spiritual. The Sādhaka then assumes the transcendental body.
Upon reaching the transcendental body, the Sādhaka begins a new divine life. Yoga-māyā admits the devotee into Śrī Kṛṣṇa's Nitya-līlā with His Parikaras by placing him in the womb of a Gopī giving him new birth in the place where the manifest Līlā is taking place.
Simultaneously Yoga-māyā admits this devotee into the eternal Navadvīpa-līlā causing him to be born in another spiritual body in the house of a Brāhmaṇa in a place where Navadvīpa-līlā is taking place.
Both Vṛndāvana-līlā and Navadvīpa-līlā are eternally manifest because they are always occurring in some material universe.
Śrī Jīva Gosvāmī says in the Prīti Sandarbha (Sec. 10) that in the Nitya Dhāma (the eternal abode of the Lord), infinite spiritual bodies are present as parts of the divine radiance of Bhagavān's body and the transcendental body of each Sādhaka is one with them.
The spiritual body present in the Dhāma is in the inert stage, but it becomes active as soon as it identifies with the visualized transcendental body of the Sādhaka. (Prīti Sandarbha Sec. 11)
The Siddha-deha desired and visualized by the devotee during Sādhana is an under construction replica of the spiritual body which he attains in the fruition of his devotion."
End of quote.
Siddha-deha has 3 phases:
1 - In the Sādhana phase, meditates on the desired Siddha-deha (name, form, age, dress, relationship, group, order, service, supreme ambition, supporter and residence).
2 - In the advanced stage of Bhāva, realizes Siddha-deha, which is called Svarūpa-siddhi.
3-When the devotee is born from the womb of a Gopī in a material Universe, attains the final realization of Siddha-deha, which is called Vastu-siddhi.
You only achieve in the perfect phase what was cultivated and aspired to in the initial phase.
