Antropologistas e Arqueólogos usam a palavra Civilização quase sempre no sentido de "vida nas cidades".
"O despertar da Civilização", geralmente refere-se ao desenvolvimento urbano, e consequentemente uma organização social e econômica complexa, escritos, aritmética e impressionantes construções arquitetônicas.
Devemos salientar, no entanto, que estes atributos são externos.
Ou seja, estas coisas podem não revelar o verdadeiro objectivo de uma determinada organização humana, especialmente se for uma sociedade altamente motivada espiritualmente.
A nossa absorção moderna na tecnologia e economia poderá cegar-nos para a dinâmica das antigas culturas, em especial no que diz respeito a pessoas internamente sofisticadas como os textos Védicos revelam. A visão existencial destas antigas culturas a respeito do eu e do cosmos podem parecer primitivas e sem sentido.
Mas, observando do ponto de vista do padrão Ariano da antiguidade remota, a civilização ocidental certamente pareceria bárbara e ignorante.
De facto, nossos acadêmicos raramente preocupam-se com a dinâmica interna dos Vedas.
E portanto concluem que estes mesmos textos são "ricos em imaginação", e em última análise confusos e heterogêneos.
No entanto, porque o academicismo ocidental moderno tem poucas respostas em relação a natureza da consciência, vida extraterrestre, origem do cosmos e o que esta além do tempo e espaço, muitos ocidentais inteligentes já não consideram as análises acadêmicas muito seriamente.
Como um professor americano de Religião da India comentou:
"Muito do estudo acadêmico é como o diz o provérbio médico:
a operação foi un sucesso, mas o paciente morreu.
Tradições que são saudáveis nunca consideram o diagnóstico acadêmico muito seriamente, e mantem-se longe da mesa de operações."
Actualmente podemos dizer que existem quatro grupos de pessoas interessadas na cultura e textos Védicos:
1 - Curiosos e inquisitivos. Este grupo constituí-se de pessoas que percebem que o conhecimento ocidental não consegue absolutamente dar respostas satisfatórias sobre este mesmo conhecimento.
Por sua vez, as religiões ocidentais não conseguem prover nenhuma ferramenta doutrinal ou teológica.
2 - Os seguidores clássicos das principais escolas Védicas de pensamento. Os seguidores das Sampradayas autorizadas.
3 - Aqueles que querem adaptar (Accommodationists), mantendo um pé tanto no paradigma Védico como no modernista. A grande maioria dos indianos.
4 - Mitologistas.
Vedas - Porque Escritos?
Mesmo na cultura mais recente da Grécia Antiga, os recitadores decoravam Homero e outros poetas.
As suas memórias eram treinadas para reter centenas de milhares de linhas, e assim clássicos como Iliada e Odisseia eram transmitidos.
A tradição védica conta-nos que até aproximadamente 5.000 atrás a memória dos intelectuais Védicos, brahmins, era tão afiada que simplesmente por ouvirem uma única vez, eles podiam reter este conhecimento todo.
Contrariamente a noção actual, os Vedas declaram que o conhecimento escrito em livros não indica o progresso humano, mas o seu declínio !!!
O corpo original de conhecimento surgiu bilhões de anos atrás no começo do cosmos.
Aqui, os Vedas dizem, a sua tradição oral começou, no primeiro aparecimento da energia material bem como espititual.
Um conhecimento vindo fora do cosmos - transcendental a tempo, espaço e limitaçóes materiais.
Então, a versão clássica dos Vedas aproxima-nos a 5.000 anos atrás no começo da Kali Yuga.
Este é o ponto em que a civilização começa seu declínio.
O extraordinário sábio Vyasadeva - ao ver a degeneração - codificou e amplificou o único Veda para que os habitantes de Kali Yuga que brevemente iriam povoar a Terra pudessem beneficiar-se do Conhecimento Védico.
O Mahabharata, do qual o Bhagavad Gita é somente um capítulo, foi compilado para pessoas muito ocupadas em afazeres domésticos e do dia-a-dia incapazes de serem filósofos.
No entanto, grandes professores na actualidade são incapazes de entender o Bhagavad Gita e geralmente seus comentários vão em todas as direcções excepto a conclusão correta.
Vosso servo
Prahladesh Dasa