Não Dualista: "Brahman não está coberto por Maya. Em vez disso, Isvara é o reflexo do Brahman em Avidya e Jiva é a aparência do Brahman em Avidya. Tanto o reflexo (Isvara) como a aparência (Jiva) são falsos porque não têm existência transcendental."
Dualista: De onde se manifesta Avidya?
Não Dualista: "Avidya existe desde tempos imemoriais (Anadi) e não precisa do apoio de uma segunda substância. É devido a esta Avidya que as dualidades da existência, como o Jiva e assim por diante, são imaginados existir no Brahman."
Dualista: A não-existência de uma segunda substância significaria que Avidya é completamente independente. Se aceitarmos Avidya como algo independente, a fim de verificar que Brahman é perfeito, então somos obrigados a aceitar uma verdade independente separada do Brahman e isto não pode ser. E se afirmarmos que é no Brahman que encontra-se Avidya, isto também não pode ser. A teoria do reflexo é rejeitada.
E é rejeitada também por diferentes pensadores de Advaita Vedanta.
Existe um grande problema de aceitação de Maya e Avidya dentro dos seguidores de Advaita Vedanta. De forma alguma existe unanimidade. Existem várias escolas. As escolas Bhamati e Vivarana tem posições completamente diferentes, e existem outros (muitos) que não se enquadram em nenhuma destas escolas e seguem uma linha pessoal.
Assim como existem diferentes posições dentro do Vaisnavismo Dualista, também existem muitas posições diferentes em diferentes escolas do Advaita Não Dualista.
Alguns poucos exemplos (entre muitos outros) das diferenças :
A escola Bhamati descreve que é no Jiva e no Brahman secundário que encontra-se Avidya.
A escola Bhamati aceita a teoria da limitação no que respeita à natureza do Jiva.
Porém:
A escola Vivarana descreve que é no puro e principal
Brahman que encontra-se Avidya e seu conteúdo.
A escola Vivarana aceita a teoria da reflexão.
"E portanto deve fica claro que o problema básico das diferentes linhas de Advaita Vedanta é o de conciliar as afirmações das Upanisads de um Brahman imutável com a evidência dos sentidos ou um universo cheio de mudanças." (Comentário de um Não Dualista)
As escolas Vivarana e Bhamati são, portanto, apenas diferentes abordagens para o mesmo problema básico.
Todos, Dualistas Vedantistas (nas suas diferentes vertentes), bem como Não Dualistas Vedantistas (nas suas diferentes vertentes) estudam sânscrito a fundo.
Estudar sânscrito é importante e essencial. Mas depois é preciso saber que escola estamos seguindo.
Eu pessoalmente prefiro seguir a escola de Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu e Sua explicação inigualável e esplêndida de Acintya Bhedabheda Vada.
A relação entre Deus e Suas Saktis é inconcebível porque não pode ser adequadamente descrita em termos da relação entre "a parte e o todo", ou "substância e atributo", ou mesmo em termos da relação entre um objecto ordinário e sua Sakti.
Porque, no caso de Deus, a parte não é meramente uma parte e Sakti não é meramente Sakti.
Ou seja, a parte e o todo, a Sakti e o Saktiman (o possuidor da Sakti), interpenetram-se e formam um todo indivisível !!!
Deus é essencialmente Advaya Jnana Tattva, ou seja, Absoluto e sem dualidade.
Ele aparece em muitas formas e mantem-se somente Um; Suas Lilas, nomes e formas são todas diferentes e não diferentes.
Mesmo as partes diferentes do Seu corpo são diferentes e não diferentes, porque cada parte pode executar as funções das outras partes e do todo.
A parte é, na verdade, identica com o todo, embora continue a ser uma parte e portanto diferente do todo.
A categoria de Acintya aplica-se na relação entre Sakti e Saktiman mesmo na plataforma espiritual ou mesmo neste mundo.
Isto aplica-se também ao Brahman, Seus associados (Parikaras), Suas moradas (Dhamas), bem como a Jiva Sakti e Maya Sakti.
A inconcebível diferença e não diferença entre Deus e Suas energias, de acordo com os Gaudiyas é a doutrina original Védica.
Quem está certo? Que cada um siga seu coração ... usando a razão.
Eu respeito todos. Se existe uma grande variedade de concepções diferentes da realidade aqui, é porque lá há muita variedade também.
As Upanisads são textos Advaita ... uma parte delas, outra não. Vide Gopala Tapani Upanisad, Rama Tapani Upanisad, Nrsima Tapani Upanisad do Atharva Veda como alguns exemplos entre outros.
"O que existe é o comentário de dez upanisads"
Exato, o comentário de Madhvacarya e Baladeva Vidyabhusana por exemplo.
Os comentário deles nos permitirão entender todas as outras.
A classificação de Upanisads Vaisnavas é dada na própria Muktika Upanisad.
A Muktika Upanisad lista 108 Upanisads como sendo autênticas.
A própria Muktika Upanisad não recebe nenhuma objecção de nenhuma escola Advaita.
Destas 108, 14 são classificadas como Upanisads Vaisnavas:
1. Narayana Upanisad
2. Mahanarayana Upanisad
3. Nrsimhatapani Upanisad
4. Ramarahasya Upanisad
5. Ramatapani Upanisad
6. Vasudeva Upanisad
7. Avyakta Upanisad
8. Tarasara Upanisad
9. Gopalatapani Upanisad
10. Krsna Upanisad
11. Hayagriva Upanisad
12. Dattatreya Upanisad
13. Garuda Upanisad
14. Kali-Santarana Upanisad
Prova de que são autênticas é que foram citadas e comentadas pelos próprios mestres de Advaita.
A Nrsimhatapani Upanisad foi citada por Vidyaranya Swami.
A própria Muktika Upanisad também por Vidyaranya Swami.
A Gopalatapani Upanisad foi comentada por Visvesvara.
A Narayana Upanisad foi citada por Adi Sankara.
Pelo menos para todas estas citadas e comentadas, há a unanimidade de que são autênticas.
Assim, os Vedas e as Upanisad são Dvaita e Advaita.
Sim, Adi Sankara ao citar a Narayana Upanisad por exemplo, não quer dizer que aceita como "Vaisnava".
Sankara segue a sua própria linha Advaita e interpreta a Upanisad assim. Mas ao citar mostra que é autêntica. Quanto a isso não há dúvida. Agora como cada Acarya vai interpretar isso é outra coisa.
Assim, como são autênticas as demais.
"A palavra atman que significa alma também se refere a: isvara, jiva-atma a consciência individual, deha o corpo físico, manah a mente, buddhi a inteligência espiritual, dhriti paciência e yatna esforço."
(Bhagavad-Gita-Bhusana-Bhasya por Srila Baladeva Vidyabhusana Vedanta Acarya)
Pois, o contexto da tradição é dado no Govinda Bhasya de Baladeva por exemplo.
Dualista: Quem sofre? A alma ou o corpo e mente materiais?
Não dualista: Quem sofre é o corpo e a mente.
Dualista: Mas o corpo é matéria grosseira e a mente matéria subtil?
Não Dualista: Sim.
Dualista: Como a matéria grosseira e subtil podem sofrer?
Não Dualista: Então deve ser a alma que sofre.
Dualista: Mas então você está a dizer que o Brahman sofre? Mas de acordo com sua filosofia o Brahman não sofre...