quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Yoga Sutras

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SB 3.21.12

Tradução

"Quando Kardama Muni realmente percebeu a Suprema Personalidade de Deus em pessoa, ele ficou muito satisfeito porque o seu desejo transcendental foi cumprido. Ele caiu no chão com a cabeça inclinada para oferecer reverências aos pés de lótus do Senhor. Com seu coração naturalmente cheio de amor a Deus, e com as mãos postas, ele satisfez o Senhor com orações."

Significado por Srila A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada

"A realização da forma pessoal do Senhor é o estágio mais elevado de perfeição do yoga. No Sexto Capítulo do Bhagavad-Gita, onde a prática do yoga é descrito, essa percepção da forma pessoal do Senhor é chamada a perfeição da yoga. Depois de praticar as posturas sentadas e outros princípios reguladores do sistema, uma pessoa finalmente chega ao estágio de samadhi - absorção no Supremo.

Na fase de samadhi pode-se ver a Suprema Personalidade de Deus em Sua forma parcial como Paramatma, ou como Ele é. Samadhi é descrito nas escrituras autorizadas de yoga, como os Patañjali-sutras, como um prazer transcendental. O sistema de yoga descrito nos livros de Patañjali é autorizado, e os modernos assim chamados yogis que têm produzido seus próprios caminhos, sem consultar as autoridades, são simplesmente ridículos. O sistema de yoga de Patañjali é chamado Astanga-yoga.

Às vezes impersonalistas poluem o sistema de yoga de Patañjali porque são monistas. Patañjali descreve que a alma fica transcendentalmente contente quando ela conhece a Superalma e consegue vê-La. Se a existência da Superalma e do indivíduo são admitidas, então a teoria do monismo impessoal é anulada. Portanto, alguns impersonalistas e filósofos do vazio torcem o sistema de Patañjali a sua própria maneira e poluem o processo todo de yoga.

De acordo com Patañjali, quando uma pessoa se torna livre de todos os desejos materiais, ele atinge a sua situação real, transcendental, e a realização do estágio que é chamada de energia espiritual.

Em actividades materiais uma pessoa se envolve nos modos da natureza material. As aspirações de tais pessoas são (1) ser religioso, (2) ser economicamente enriquecido, (3) ser capaz de satisfazer os sentidos e, finalmente, (4) tornar-se um com o Supremo. De acordo com os monistas, quando um yogi torna-se um com o Supremo e perde sua existência individual, ele alcança o estágio mais elevado, chamado kaivalya. Mas, na verdade, o estágio de realização da Personalidade de Deus é kaivalya. A unidade de entendimento que o Senhor Supremo é totalmente espiritual e que, em plena realização espiritual pode-se entender o que Ele é - a Suprema Personalidade de Deus - chama-se kaivalya, ou, na linguagem de Patañjali, a realização do poder espiritual.

Sua proposta é que quando alguém esta livre de desejos materiais e fixo em realização espiritual do eu e do Supereu, isto chama-se cit-shakti. Em plena realização espiritual há uma percepção de felicidade espiritual, e esta felicidade é descrita no Bhagavad-Gita como a suprema felicidade, que está além dos sentidos materiais. Transe é descrito ser de dois tipos, Samprajnata e Asamprajnata, ou especulação mental e auto-realização. Em samadhi ou Asamprajnata pode-se perceber, por seus sentidos espirituais, a forma espiritual do Senhor. Essa é a meta final de realização espiritual.

De acordo com Patañjali, quando se está fixo na realização constante de forma suprema do Senhor, uma pessoa atinge o estágio de perfeição, como atingido por Kardama Muni. A menos que se atinja este estágio de perfeição - para além da perfeição preliminar do sistema de yoga - não há realização final.

Há oito perfeições no sistema Astanga-yoga. Aquele que alcançou-as pode se tornar mais leve do que o mais leve e maior que o maior, e ele pode conseguir o que quiser. Mas mesmo alcançar o sucesso material em yoga não é a perfeição ou o objectivo final. O objectivo final é descrito aqui: Kardama Muni viu a Suprema Personalidade de Deus em Sua forma eterna. Serviço devocional começa com o relacionamento da alma individual e a Alma Suprema, ou os devotos de Krsna e Krsna, e quando se alcança isto não há como cair.

Se, através do sistema de yoga, uma pessoa quizer atingir o estágio de ver a Suprema Personalidade de Deus face a face, mas é atraída para a realização de algum poder material, então ela é desviada do caminho. Desfrute material, conforme preconizado pelos falsos yogis, não tem nada a ver com a realização transcendental da felicidade espiritual. Verdadeiros devotos de bhakti-yoga aceitam apenas as necessidades materiais da vida absolutamente necessárias para manter o corpo e a alma juntos, eles se abstenhem completamente de todas as gratificações materiais exageradas dos sentidos. Eles estão preparados para sofrer todo tipo de tribulação, desde que possam fazer progressos na realização da Personalidade de Deus."

Srila Hrdayananda Das Goswami Acaryadeva a explicar sobre os Yoga Sutras de Patanjali em:

Yoga Sutra - Uma Apresentação Inicial

Graduação da Yoga

Baseado na apresentação de Bhurijana Prabhu do Bhagavad Gita, 1997 Vaisnava Institute for Higher Education (VIHE)

O sistema Védico progressivo é o seguinte:

Karma Kanda

Jnana Kanda

Sankhya Yoga

Buddhi Yoga

Sakama Karma Yoga

Niskama Karma Yoga

Jnana Yoga (Liberação no Brahman Impessoal)

Astanga Yoga (Realização do Paramatma)

Bhakti Yoga (Serviço Devocional)

"Um seguidor do sistema Védico progride da seguinte forma:

Ao invés de tentar desfrutar dos sentidos irrestritamente, um seguidor dos Vedas rende-se a uma autoridade Védica a qual regula suas acções e ocupa-o em executar sacrifícios Karma Kanda.O objectivo destes sacrifícios é alcançar prosperidade, nesta vida e nas vidasfuturas.

Com o tempo tal seguidor torna-se receptivo a filosofia da transcendência e confia mais nos sacerdotes e Sastras. Após ter ouvido um número incontável de versos que glorificam os sacrifícios Karma Kanda e os planetas celestiais (Svargaloka, Soma Rasa, jardins Nanda Kanana), ele está pronto para considerar a secção Jnana Kanda dos Vedas e contemplar a vida espiritual baseada na eternidade da alma.

No Bhagavad Gita 2.39 no significado Srila Prabhupada esclarece:

"Aqui, Sankhya significa descrição analítica do corpo e da alma. O Senhor Krsna fez uma descrição analítica da alma só para trazer Arjuna ao nível da Buddhi Yoga..."

BG 3.1 "Bhuddhi Yoga, ou a inteligência que propicia o avanço no conhecimento espiritual.. ."

Ao considerar a secção Jnana Kanda(Sankhya - Buddhi), o Karma Kandi passa a ser um Karma Yogi.

Existem dois tipos de Karma Yoga:

Sakama Karma Yoga (com desejos materiais)

Niskama Karma Yoga (sem desejos materiais)

Um Karma Yogi é alguém que aceita a transcendência como seu objectivo. Os Karma Yogis progridem gradualmente de Sakama para Niskama por executarem seus deveres prescritos.A medida que suas realizações aumentam, eles tornam-se mais desapegados da matéria. Então eles deixam de executar Sakama Karma Yoga e sobem mais um degrau na escada da Yoga e tornam-se Niskama Karma Yogis, executando trabalho desapegados.

Dois homens podem executar o mesmo trabalho, mas com consciências diferentes. Superficialmente pode parecer que é o mesmo, mas o Sakama está apegado aos frutos do seu trabalho e a natureza especifica do trabalho que executa. O Niskama está desapegado dos frutos do seu trabalho, mas mantém-se apegado ao trabalho em si.

O estágio mais elevado de trabalho ocorre quando uma pessoa está desapegada dos frutos do trabalho e do trabalho ele mesmo. Ela continua a trabalhar, mas o seu ímpeto é simplesmente rendição devocional a ordem do Guru e Krsna.

Subindo mais na escada da Yoga, tal praticante esforça-se pela liberação (Jnana Yoga); depois pela realização do Paramatma (Astanga Yoga) e finalmente serviço devocional a Krsna (Bhakti Yoga).

No Bhagavad Gita 6.47, Srila Prabhupada explica:

"Todas as espécies de práticas de Yoga culminam em Bhakti Yoga. Todas as outras Yogas não passam de meios para chegar ao ponto de Bhakti em Bhakti Yoga. Yoga na verdade significa Bhakti Yoga; todas as outras são avanços rumo ao mesmo destino: Bhakti Yoga. Do início da Karma Yoga até o fim da Bhakti Yoga é longo o caminho para a auto-realizaçã o. Karma Yoga, sem resultados fruitivos, é o começo deste caminho.

Quando na Karma Yoga aumenta o conhecimento e a renúncia, passa-se a etapa de Jnana Yoga. Quando o Jnani Yogi aumenta sua meditação sobre a Superalma através de diferentes processos físicos, e a sua mente está nEle, atinge-se a fase de Astanga Yoga. E ao ultrapassar a Astanga Yoga e estabelecer- se na Suprema Personalidade de Deus, Krsna, o Yogi fixa-se em Bhakti Yoga, a culminação. De facto, Bhakti Yoga é a meta última, mas para analisar Bhakti Yoga em pormenores, devem-se compreender estas outras Yogas."

No entanto, pode-se alcançar Bhakti através deste processo gradual Védico - através de Karma, Jnana e Yoga,

ou por actividades devocionais acumuladas (Ajnata Sukriti), ter a boafortuna de entrar em contacto com um devoto puro de Krsna e adoptar directamente a Consciência de Krsna.

Tão pronto uma pessoa aceite sua posição como servo de Krsna, ainda que possa estar na fase de Sakama Karma Yoga ou Niskama Karma Yoga, já não está no mesmo processo gradual dos outros praticantes. Tal pessoa é um devoto, ainda que não esteja plenamente realizado e tenha desejos materiais. Ela já conhece o objectivo último da vida, e está numa posição diferente dos outros praticantes. As suas práticas parecem paralelas, mas não são.

Por exemplo, um devoto que pratica Sakama Karma Yoga, irá gradualmente perder seus desejos materiais, o que também é verdade para um Sakama Karma Yogi não-devoto.

No entanto, um Sakama Karma Yogi devoto já aspira por um objectivo superior, enquanto um Sakama Karma Yogi não-devoto pode não chegar a este entendimento. E talvez dificilmente alcance o último degrau na escada da Yoga.

Portanto, por estudar o Bhagavad Gita Como Ele É, ninguém pode ficar confundido e errar um degrau na escada da Yoga como objectivo.

Srila Prabhupada, misericordiosamente e habilmente sintetizou os comentários dos Acaryas prévios com suas próprias palavras realizadas, criando significados plenamente relevantes para uma audiência mundial do Bhagavad Gita.

Srila Prabhupada revelou o verdadeiro desejo de Krsna para as almas condicionadas: sarva-dharman parityajya, que elas abandonem todas as formas de religião e rendam-se a Ele.

Porque ficar imcompleto, fixo num dos níveis do elaborado sistema Védico, quando podemos alcançar o propósito final deste mesmo sistema pelo simples facto de darmos um passo em direcção a Krsna?

Por escrever o Bhagavad Gita Como Ele É, Srila Prabhupada claramente provou que um devoto é ainda mais misericordioso que o próprio Senhor."

Srila Prabhupada Ki Jaya!!!

"Além de abordar muito bem o tema, o autor, delicada e inteligentemente, conduz o leitor ao Vedanta, despertando assim o seu interesse em buscar as instruções do Srimad Bhagavatam e do Bhagavad Gita." (Krishna Mayi Devi Dasi)

Uma forma bastante interessante de cultivar aqueles que participam em academias de Yoga, mostrando educadamente que o objectivo da Yoga não são simplesmente exercícios físicos e mentais para fortalecimento do corpo e mente ou ainda poderes Yóguicos, ou também meditação impessoal (os impersonalistas mal utilizam o sistema de Patanjali), mas sim ver face a face a Pessoa Suprema como a Superalma. O Yogi místico realiza que o Omkara está situado no seu coração como Paramatma.

Vosso servo

Prahladesh Dasa Adhikari