terça-feira, 2 de novembro de 2010

Krsna estava na política

Trecho da conversa com os discípulos, em Los Angeles, 12 de dezembro de 1973

"Prabhupada: Ah, sim. Por que não? Krsna estava na política. Assim, a Consciência de Krsna significa envolver-se em tudo: aspectos social, político, filosófico, religioso, cultural, tudo. Não é unilateral. Eles tomam como ... Eles não sabem. Portanto, eles estão pensando que este é um movimento religioso. Não, este movimento inclui tudo, todo-inclusivo, permeia tudo.

Umapati: Bem, eles têm incorporado uma filosofia particular na constituição que exige a separação entre Igreja e Estado, que eles chamam de separação entre Igreja e Estado neste país.

Prabhupada: Sim, isso é ... Já estamos separados. Catur varnyam-maya. Brahmana, Ksatriya, Vaisya, Sudra. Isso já está separado.

Umapati: Então, existem algumas restrições sobre as organizações religiosas entrarem na política.

Prabhupada: Então, o que significa isso? Cristãos, eles não participam na política?

Umapati: Bem, eles não podem fazê-lo como ...

Karandhara: Como Igrejas.

Prabhupada: Não, não como Igrejas. Nossos Grhasthas irão participar. Os Sannyasis vão dar conselhos. Directamente os Grhasthas vão lutar. Deve haver uma classe administrativa. Isto é ... Isto está prescrito na Bhagavad-Gita. Devem haver quatro classes: Brahmana, Ksatriya, Vaisya, Sudra. Agora, isto é falado por Deus. Por conseguinte, isto deve ser rejeitado? É o que isto significa? Deus é para tudo. Que absurdo é este? E Krsna actuou como Ksatriya. Portanto, Ele não deve ser Deus? É este um bom argumento? Deus é todo-abrangente. E religião significa a palavra de Deus, levando a palavra de Deus. Isto é religião. Então, como você pode separar as duas coisas?"

Os Vaisnavas não estão interessados em política e não tem nada a ver com política quando está separada da espiritualidade, como evidenciado por Srila Prabhupada.

Os Vaisnavas estão interessados em política quando está integrada na espiritualidade, como evidenciado por Srila Prabhupada.

Ou em outras palavras, os Vaisnavas estão interessados em implementar o "sistema político" de Monarquia Teocrática Constitucional inerente do Varnasrama Dharma.

Devotos de Krsna, com Tilakas bem salientes em suas testas serão chefes de Estado, chefes de Governo e Juízes de Tribunais Superiores.

Não há nenhum problema em que um Vaisnava concorra a um cargo político (desde que não seja um monge interno). Não precisará seguir uma filiação político partidária e poderá fazê-lo como um "candidato independente". 

Mas também um grupo de Vaisnavas poderá criar uma filiação político partidária com base numa Monarquia Teocrática Constitucional nos parâmetros do Varnasrama Dharma. Srila Prabhupada sugeriu que os devotos poderiam criar um partido político.

Podemos dizer que o programa de governo será "cantem Hare Krsna". Sem dúvida que isto fará parte do programa !!! Mas as pessoas quererão saber em concreto como ficará por exemplo, em detalhes minuciosos, a "política salarial".

E não só. 

Detalhes sobre a política social, emprego, educação, saúde, economia, obras públicas, administração pública, justiça, segurança, defesa nacional, agricultura, ciência e tecnologia, política energética, cultural e política externa.

De acordo com Srila Prabhupada, Grhasthas irão concorrer a cargos políticos e deverão tratar detidamente destes tópicos, sendo aconselhados por Sannyasis.

E portanto a idéia de que devotos não devem envolver-se em política governativa é errado. 

Esta é exatamente a atitude equivocada de Arjuna na Bhagavad Gita. Ir para a floresta para manter-se "puro" e fugir da luta.